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Fala da musa

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By José Albano
José Albano
Coletânea: Antologia Poética

Caro amador, nunca houve quem te visse,
Senão tratando só do afeto puro
Que amor manda que sempre se cobice.

O mesmo bem procuras que procuro,
E em pago do teu longo sofrimento
Aqui verás pintado o teu futuro.

Ouve-me, nunca viverás isento
D'arte ou d'engenho e sempre terás na alma
Da poesia o brando sentimento.

Terás a doce avena que te acalma,
E a belicosa tuba que te anima,
Para que alcances sempiterna palma.

E voando no espaço, lá de cima
Espalharás em sonoroso canto
O que nunca se disse em verso ou rima.

Nunca te faltará do monte santo
A proteção benigna e benfazeja
Das nove musas a quem amas tento;
Que eu te prometo que o Parnaso seja
Em teu favor e desta vida escura
Evites a vulgar e vil peleja.

Sentes comigo a mesma desventura
E o mesmo gozo e, cheia de gemidos,
Na mesma língua a tua voz murmura.

Ah! nunca de mim sejam esquecidos
Os acentos da música celeste
Que vencem e arrebatam os sentidos.

E como sempre assim cantar quiseste,
Em sons ou d'amargura ou d'alegria,
Farei que o teu amor se manifeste.

E erguerás nesta vida fugidia
Um monumento como outrora os houve,
Contra que o duro tempo em vão porfia.

E embora a gente humana te não louve,
Hás de viver contente, conhecendo
Que Polínia te inspira e Apolo te ouve. 

  1. Oração a Nossa Senhora de Lourdes
  2. Vilancete
  3. Trovas com eco
  4. Soneto IV
  5. Endechas
  6. Louvores de Maria
  7. Fala de Adão
  8. Prova da existência de Deus
  9. Esparsa III
  10. Soneto II
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