Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde. Nem sopra a flama antiga nem beber-te aplacaria sede que não arde
em minha boca seca de querer-te, de desejar-te tanto e sem alarde, fome que não sofria padecer-te assim pasto de tantos, e eu covarde
a esperar que limpasses toda a gala que por teu corpo e alma ainda resvala, e chegasses, intata, renascida,
para travar comigo a luta extrema que fizesse de toda a nossa vida um chamejante, universal poema.