O outro
Artur Lobo
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- By Artur Lobo
- Coletânea: O outro
Placidamente, ao declinar do dia,
sobre a tristeza lírica dos prados
a noite desce murmurante e fria,
dos solitários montes escarpados.
Tudo repousa. E na mudez sombria,
na solidão dos ermos descampados,
aqui e além, estende-se à porfia
os grandes bois pacíficos deitados.
Nos ternos olhos mansos e piedosos
se abismam sonhos do luar dormente
a paz dos vastos campos silenciosos.
A noite desce. E todos lentamente,
graves, solenes, amplos, majestosos,
mugem pausada e prolongadamente.