Quando, oprimida por cruel saudade,
A ti piedade com fervor pedi,
De pronto a chaga, pela dor causada,
Cicatrizada no meu peito eu vi.

Do pobre ente, que nem tu sonhavas,
E mal pensavas que existisse então,
Pungentes mágoas acalmou, graciosa,
Tua piedosa, benfazeja mão!

Desde esse instante, em florescente palma.
Dentro em minha alma a gratidão brotou;
Desde esse instante a protetora santa
A esposa encanta, que feliz tornou.

Qual moribundo, quando a lousa toca,
E um santo invoca, que salvá-lo vem,
O seu tesouro de maior valia
Grato lhe envia, por tamanho bem,

Assim minha alma, que remir quiseste,
Quando lhe deste da ventura a flor,
Vem, quanto, avara, entesourou na vida,
Agradecida, em tuas mãos depor.

Aceita o mimo, porque o mimo é nobre,
— Embora pobre seja a mão que o dá; —
Mimo é de uma alma, Imperatriz amada,
Onde gravada tua imagem está.