(Para um álbum)

Eu engenho não tenho sublime,
Que te possa o que sinto, expressar;
Minha lira não tem a doçura,
Com que deve teus dotes cantar.

Para dizer-te somente, que és bela,
Não se hão de meus lábios abrir;
Que a lindeza, que tens no semblante,
Esta frase não pode exprimir.

O teu rosto, que as graças enfeitam,
Chamar belo — é mui fraca expressão,
Ele aos olhos o tipo apresenta
De sublime, ideal perfeição.

Eu não sei nesta folha querida
Dedicar-te um louvor que me agrade;
Nela apenas escrevo um protesto
De extremosa, sincera amizade.